Ballet de Azul e Vento

Será mar?
Ou mais do sempre céu ?
O mesmo que desmonta e refaz
nos contornos do vento

E venta
no mesmo horizonte
onde reinventa um desenho
pra no segundo seguinte
borra-lo indefinidamente

E aonde começa o mar?
Onde deixa de ser céu?

Serão parte inseparável

de um mesmo Deus ?

O espaço onde firma sua prece material ?

Tudo é longínquo
e no longe se confunde

e  reorienta…

O movimento é sempre
a nós cabe o instante (como em Bresson)
uma fragmentação
donde nasce a imagem órfã
como souvenir
do movimento que foi

e segue se desrepetindo

Alexandre Guerra

Ballet de Azul e Vento

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