Éramos quase meninos quando nos encontramos pela primeira vez, em 1999, para a gravação da trilha do livro O Trem que traz a noite de Flora Figueiredo. Mas, devo dizer, que embora jovem, acho que o Fernando para música nunca foi menino. Demonstrou, desde início, uma intimidade inata, que me intrigou na época e segue como um mistério que não pretendo solucionar. Sua eloquência musical, veiculada pela profundidade e delicadeza de suas interpretações, moram neste mesmo lugar indesvendável, donde flui seu talento em criar imagens.
Desconfio que nossa ressonância musical vem daí, da busca por imagens, por imprimi-las, exprimi-las, explora-las, e se de alguma forma sucedemos, é pelo insucesso em decifra-las.
Alexandre Guerra